Apresentação

Olá! Sou Rafael Amaral, médico oncologista clínico. Gostaria de compartilhar um pouco sobre minha trajetória e o que me motiva a trabalhar incansavelmente pela saúde de pacientes com câncer.

Minha formação começou com a graduação em Medicina pela Universidade de Brasília (UnB). Em seguida, procurei aprofundar meus conhecimentos através de residências médicas: primeiro em Clínica Médica pela FEPECS e depois em Cancerologia Clínica pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp). Ambas as residências são reconhecidas pelo MEC e me proporcionaram uma base muito sólida para entender as complexidades do câncer e seus tratamentos. Para complementar essa formação, concluí também um Mestrado em Bases Gerais da Cirurgia, também pela Unesp, o que me deu uma visão mais abrangente sobre os aspectos cirúrgicos que, muitas vezes, são parte essencial do plano terapêutico oncológico.

Tenho o Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC), o que atesta minha qualificação na área. Procuro estar sempre atualizado com os avanços globais da oncologia, por isso sou membro de associações importantes como a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), a Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) e a Sociedade Europeia de Oncologia (ESMO). Essa participação me permite acompanhar de perto as pesquisas mais recentes e as melhores práticas adotadas no mundo.

Ao longo da minha carreira, tive a oportunidade de assumir posições de liderança e gestão que moldaram minha compreensão sobre o sistema de saúde. Em 2012, tive a honra de ser responsável pela fundação do serviço de Oncologia do Hospital Regional de Taguatinga (HRT), onde também atuei como chefe do setor pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF). Por dez anos, fui Supervisor da Oncologia no Hospital Santa Lúcia Norte e, desde março de 2021, trabalho como médico oncologista no Grupo Santa. Minha experiência se estende tanto ao sistema público quanto ao privado, com passagens por outros grupos oncológicos privado, o que me oferece uma perspectiva bastante completa sobre os desafios e as particularidades de cada ambiente.

Desde dezembro de 2015, atuo como Médico Perito concursado na Procuradoria Geral da República (PGR) e no Plan-Assiste. Atualmente, sou chefe da Junta Médica da PGR/MPU. Essa função pericial me proporcionou um entendimento aprofundado das dinâmicas de auditoria, das diretrizes regulatórias e da otimização de recursos. Esse conhecimento é particularmente útil, pois me ajuda a garantir que os protocolos de tratamento que proponho não sejam apenas eficazes do ponto de vista clínico, mas também alinhados às exigências de custo-efetividade e conformidade que permeiam o setor de saúde.

Além da minha prática clínica e pericial, dedico-me também ao ensino e à pesquisa. Por seis anos, supervisionei o Programa de Residência Médica de Oncologia Clínica em Rede HRT/HBDF da ESCS/SES/DF, e hoje sou preceptor do programa de residência médica em Oncologia Clínica do Hospital Santa Lúcia. Meu objetivo com essa atividade é duplo: contribuir para a formação de novos oncologistas, garantindo que profissionais bem preparados cheguem ao mercado, e também para a atualização contínua do conhecimento na área, que está sempre em evolução.

Minha contribuição para a área científica inclui publicações e apresentações em congressos, com um foco especial em temas relacionados ao câncer Gastrointestinal e de Mama. Algumas das pesquisas das quais participei exploraram questões como resposta ao tratamento pré-operatório de tumores gastrointestinais, o impacto da obesidade na escolha do tratamento de pacientes com câncer de mama e próstata, a acessibilidade de tratamentos de bloqueio HER2 para pacientes no SUS, e estudos sobre a qualidade de vida de pacientes durante a quimioterapia. Também participei de bancas de monografias que avaliam o tratamento das neoplasias de diversas localidades em serviços públicos. Todo esse trabalho visa aprimorar o entendimento e a abordagem dessa doença tão prevalente.

Com toda essa base de formação, experiência clínica, gerencial, pericial e meu envolvimento com ensino e pesquisa, percebi uma lacuna importante na jornada de muitos pacientes oncológicos: o acesso às novas terapias. Constantemente, vejo pacientes que poderiam se beneficiar de tratamentos inovadores, mas que enfrentam barreiras significativas.

Minha estratégia para enfrentar esses desafios é clara: quero dar ao paciente o conhecimento sobre as novas terapias para que ele se empodere e possa lutar por seus direitos. Para isso, os pacientes precisam ser informados de forma compreensível. Além de empoderar o paciente, acredito que uma abordagem transparente e focada em evidências é benéfica para todos. Busco atrair pacientes ao meu consultório por meio dessa filosofia. Também considero essencial prover informações e suporte a planos de saúde que se comprometem a ter protocolos baseados em evidências, visando o melhor para seus pacientes e protegendo-se de práticas de médicos que possam hiperindicar tratamentos para aumentar seus repasses. Por fim, para que tudo isso funcione, é fundamental ter uma boa relação com empresas farmacêuticas, não apenas para ter acesso às informações sobre as novas terapias disponíveis, mas também para facilitar o acesso a exames que rastreiam marcadores necessários – os pré-requisitos para indicar o tratamento correto.

É para dar voz a essa visão e tornar essas informações acessíveis que criei o Neoaccess. Através do site www.neoaccess.med.br e das redes sociais, meu objetivo é fornecer informações para pacientes, fazer a ponte para que possam acessar exames importantes para identificar pré-requisitos para tratamentos específicos, e oferecer a operadoras de saúde sérias protocolos baseados em evidências para racionalizar o uso dessas novas tecnologias.